quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Romantismo


Romantismo
        O Romantismo surgiu na Europa, no final do Século XVIII, e marcou o ponto mais alto da evolução da burguesia, classe que se enriqueceu através do comércio e influiu nas mudanças e políticas da época, principalmente através do teatro.
     A princípio, as ideias românticas foram uma manifestação de revolta contra a aristocracia e o classicismo arcádico. Depois, a filosofia romântica se identifica com os ideais da burguesia e da Revolução Francesa: liberalismo, o luxo a pompa, individualismo.
     Partindo dessa filosofia, podemos destacar como principais características do Romantismo:
1-    Liberdade criadora e individual do artista, com a valorização do mundo pessoal (intuição, fantasias, sonhos,  emoções, sentimentos ), fazendo de sua obra uma expressão egocêntrica do universo, num predomínio quase absoluto do subjetivismo. O Coração  é o centro do universo.
2-    Consciência da solidão do indivíduo diante da realidade, o que gerou um profundo sentimento de abandono e angustia.
3-    Predomínio do sentimento sobre a razão.
4-    Sentimento de insatisfação com a realidade, o que provoca o desejo de reformas sociais, ou fuga para o mundo dos sonhos, das utopias e para o suicídio.
5-    Nacionalismo ufanista que brota do sentimento patriótico de valorização da natureza, das lendas, do folclore, e da elevação do índio à categoria de herói nacional.
6-    Religiosidade manifestada através da inspiração medieval e do culto à obra divina, principalmente a natureza, refletindo, geralmente, o estado de espírito do autor.

Observação:
A obra que iniciou o Romantismo no Brasil foi  “SUSPIRO POETICOS e SAUDADES”, de Gonçalves de Magalhães, em 1836.
Fonte: Novo Horizonte ( Português Vol. II )

O Mito da Caverna




O MITO DA CAVERNA
       Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas a frente, não podendo girar a cabaça nem para trás nem para os lados. A entradada caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior. A luz que ali entra provém de uma imensa a alta fogueira externa. Entre ele e os prisioneiros – no exterior, portanto – há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.
        Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela os prisioneiros enxergam na parede no fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam. Como jamais viram outras coisas, os prisioneiros imaginavam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna. Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.
         Num primeiro momento ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda a sua vida, não vira senão sombra de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade. Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros os que viram e tentaria libertá-los. Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.